Direito de Imagem nas Redes Sociais: até onde vai a responsabilidade do influenciador?

Entenda o que é o direito de imagem nas redes sociais e até onde vai a responsabilidade do influenciador digital. Saiba como se proteger juridicamente.

Elis Xavier

10/6/20252 min read

Vivemos na era da exposição. Em um mundo onde tudo é compartilhado, curtido e replicado em segundos, a imagem se tornou uma das moedas mais valiosas do ambiente digital. Para influenciadores, ela é o próprio produto. Mas junto com a visibilidade vem uma responsabilidade jurídica que muitos ainda ignoram: o direito de imagem.


O direito de imagem é uma garantia prevista na Constituição Federal e no Código Civil, que protege a identidade visual, a voz e até a forma como uma pessoa é retratada em fotos e vídeos. Nenhuma imagem pode ser usada publicamente sem autorização, especialmente quando o uso tem fins comerciais. Isso significa que, mesmo que a foto esteja disponível na internet, o uso indevido pode gerar indenização por danos morais e materiais.


No universo dos influenciadores digitais, esse cuidado precisa ser redobrado. Ao divulgar campanhas, fazer collabs ou até mostrar momentos do dia a dia, é fundamental ter atenção a quem aparece nas imagens. Usar a foto de terceiros, mencionar marcas sem contrato ou exibir ambientes privados pode configurar violação de imagem. O mesmo vale para o uso de trilhas sonoras, falas ou trechos de vídeos de outras pessoas sem autorização.


Há casos emblemáticos em que influenciadores foram processados por expor pessoas sem consentimento, mesmo em situações aparentemente inofensivas. Um exemplo comum é o de vídeos em locais públicos onde aparecem rostos de terceiros de forma identificável. A Justiça tem entendido que, ainda que o ambiente seja público, a pessoa tem direito de não ter sua imagem explorada para fins comerciais sem permissão.


Além disso, o direito de imagem está intimamente ligado à LGPD. Sempre que uma imagem é utilizada, há tratamento de dado pessoal. Portanto, é dever do influenciador e das marcas garantir que esse uso esteja respaldado por uma base legal, como o consentimento expresso. Isso vale também para sorteios, campanhas de marketing e publicações patrocinadas, onde o uso de imagem de seguidores ou clientes deve ser previamente autorizado.


Outro ponto delicado é o uso de imagem de crianças e adolescentes. O Estatuto da Criança e do Adolescente exige cuidado redobrado, e qualquer exposição sem autorização dos responsáveis pode resultar em sanções graves. A própria ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) já tem se manifestado sobre a importância de proteger a privacidade infantojuvenil no ambiente digital.


Para o influenciador, a melhor forma de se proteger é agir com transparência e profissionalismo. Ter contratos claros com marcas e parceiros, cláusulas de autorização de imagem e políticas bem definidas para uso de conteúdo são atitudes que transmitem confiança e evitam litígios. É importante também conhecer os termos de uso das plataformas, Instagram, YouTube, TikTok, que, embora ofereçam meios de publicação, não isentam o criador de conteúdo de responsabilidade civil.


A responsabilidade digital é um reflexo da maturidade do mercado de influência. Cada vez mais, empresas buscam creators que compreendem as implicações legais do que publicam. O cuidado com o direito de imagem não é apenas uma exigência jurídica, mas um diferencial competitivo, que demonstra ética, respeito e profissionalismo.


No fim das contas, ser influente é mais do que alcançar milhões de visualizações, é entender o poder e o impacto da própria voz e imagem. O influenciador que protege o direito de imagem, próprio e alheio, fortalece não apenas sua marca pessoal, mas a credibilidade de todo o ecossistema digital.


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